Bastardos Inglórios

Assistir um filme pelo diretor nem sempre é saudável. Ás vezes entramos no cinema já com a cabeça formada, e o senso crítico acaba sendo substituido por tietagem, mas mesmo sabendo disso é impossível não esperar ansiosamente para ver um filme do Tarantino.

Foi assim com ‘Bastardos Inglórios’. Desde que sairam os primeiros rumores sobre o filme, os aficcionados pelo diretor – Tarantino não tem fãs, mas aficcionados – contaram os dias para a estreia do longa. E acredito que isso foi a coisa certa.

Mais uma vez Quentin Tarantino surpreendeu e reafirmou que é um dos cineastas mais respeitados e que melhor representa a época que vive. Conhecedor profundo de cinema, faz de suas referências elementos inteiramente presentes em suas obras, e trabalha isso com tanto talento que ao assistir um filme sobre a Segunda Guerra Mundial com trilha sonora de velho oeste e elementos gráficos extremanates modernos, não soua nem um pouco estranho.

‘Bastardos Inglórios’ começa com paisagem e trilha bucólica, e aquela calmaria causa uma agonia imensa, pois é mais do que fato que muita violência e sangue irão cortar a cena a qualquer momento.

Dito e feito, nos 153 minutos de filme a Segunda Guerra Mudial ganha uma narrativa extremanate original, fugindo de tudo que já foi produzido sobre o tema, permeada por uma violência explícita, e porque não banalizada, que leva a adrenalida dos espectadores a mil. Afinal, quem não gostaria de ver um grupo de justiceiros matando da maneira mais cruel um bando de nazistas?

Brad Pitt, na pele do tenete Aldo Raine, um americano bem caricato, da um show de atuação e é possível falar que de certo modo o ator é a cara de ‘Bastardos’: uma figura com apelo pop, com talento surpreendente, e que inova em cada trabalho.

A veia cômica dá o tom da história, e com diz o amigo jornalista Frederico Frans,  ainda não dá para ter certza se é ético, ou mesmo correto, tratar o assunto dessa forma, mas uma coisa é possível afirmar, ‘Bastardos Inglórios’é a vingaça do cinema contra o nazismo, e uma obra de arte dos anos 2000.